Anitta: o império da confusão — como a cantora brasileira construiu fama e inimizades com a mesma intensidade

Anitta: o império da confusão — como a cantora brasileira construiu fama e inimizades com a mesma intensidade

Anitta é, sem dúvida, uma das artistas mais influentes da música brasileira moderna.


Inteligente, ambiciosa e estrategista, ela conseguiu o que poucos no país conquistaram: reconhecimento internacional, parcerias com grandes nomes e presença constante nas principais premiações do mundo pop.

Mas, junto com o sucesso, veio também uma fama difícil de apagar — a de ser falsa, confusenta e incapaz de manter relações saudáveis com colegas e parceiros de trabalho.

Por trás do brilho, das coreografias ensaiadas e dos discursos inspiradores sobre empoderamento, há uma Anitta que parece viver cercada de polêmicas, brigas e contradições. A artista que prega união feminina e positividade é a mesma que acumula uma longa lista de desafetos e escândalos que a colocam constantemente no centro das atenções — muitas vezes, pelos motivos errados.

1. A personalidade controladora e o desejo por poder

Desde o início de sua carreira, Anitta demonstrou um traço marcante: a necessidade de controlar absolutamente tudo. Ela gerencia sua própria imagem, decide cada detalhe de suas produções e não esconde que gosta de ter a palavra final em tudo.

Essa característica, que poderia ser vista como determinação, acabou se transformando em um problema. Muitos ex-parceiros profissionais e artistas que trabalharam com ela relatam que Anitta tem dificuldade em aceitar opiniões contrárias e tende a afastar qualquer pessoa que não se submeta ao seu comando.

Essa postura já teria sido o estopim para o fim de várias parcerias — inclusive com pessoas que, em algum momento, foram suas aliadas e amigas. É o caso de Ludmilla, Pabllo Vittar, Simaria, Preta Gil, Léo Dias, e até mesmo da rapper Iggy Azalea, que a apresentou ao público internacional.

2. Brigas, egos e contradições

A fama de “confusenta” não surgiu do nada. Ao longo dos anos, Anitta protagonizou uma série de desavenças públicas que acabaram virando verdadeiros espetáculos midiáticos.

Com Ludmilla, o conflito começou por causa dos créditos da música “Onda Diferente”. Ludmilla se sentiu desrespeitada por não ter sido devidamente reconhecida como compositora, e o caso evoluiu para uma troca de indiretas e declarações nas redes sociais.

Com Pabllo Vittar, o desentendimento teve origem após a gravação de “Sua Cara”, parceria com Major Lazer. Pabllo revelou que Anitta teria reclamado dos custos do videoclipe e agido com arrogância nos bastidores. A relação entre as duas azedou completamente, e o público acompanhou tudo como se fosse um reality show.

Já com Iggy Azalea, o problema foi ainda mais simbólico. Iggy foi a responsável por dar a Anitta sua primeira chance real nos Estados Unidos, convidando-a para o single “Switch” e levando-a ao palco americano. No entanto, depois do vazamento do clipe e de uma série de mal-entendidos, Anitta teria simplesmente cortado contato com a rapper, deixando uma impressão de ingratidão.

Esses episódios reforçam a imagem de uma artista que usa alianças enquanto lhe convém — e que, quando se sente ameaçada ou contrariada, prefere romper em vez de dialogar.

3. A falsa imagem de humildade

Anitta construiu sua carreira com o discurso de “menina simples de Honório Gurgel” que venceu pela persistência. E, de fato, seu talento e inteligência comercial são inegáveis. No entanto, conforme sua fama cresceu, muitos começaram a questionar se a humildade pregada pela cantora ainda existe.

Hoje, Anitta parece mais preocupada em manter sua imagem de estrela internacional do que em cultivar relações sinceras. Em entrevistas, é comum vê-la se colocar como vítima de inveja ou mal-entendidos — uma narrativa que a coloca sempre no papel de heroína incompreendida.

Porém, quando tantos conflitos se repetem com diferentes pessoas e em diferentes momentos, é difícil acreditar que o problema esteja sempre nos outros. Muitos veem em Anitta uma figura calculista e manipuladora, que usa seu carisma para se beneficiar e depois descarta quem não é mais útil ao seu plano de ascensão.

4. A influência tóxica de seus fãs

Outro aspecto preocupante é o comportamento de uma parcela de seus fãs, conhecidos como “Anitters”. Extremamente leais, mas também agressivos, eles partem para o ataque sempre que alguém critica a cantora — seja outro artista, um jornalista ou um ex-colaborador.

Esses fãs frequentemente espalham ódio nas redes sociais, criando uma atmosfera de medo e hostilidade em torno de qualquer debate sobre Anitta. É como se a artista tivesse se tornado uma figura intocável, protegida por uma legião de seguidores dispostos a destruir reputações para defendê-la.

Curiosamente, Anitta raramente intervém nesses ataques. Em vez de repreender comportamentos tóxicos, ela costuma manter o silêncio — ou até dar a entender que gosta de ver sua base de fãs agindo como um escudo. Isso reforça a percepção de que ela se alimenta das polêmicas e usa o caos como estratégia de marketing.

5. O império construído sobre o caos

Ninguém pode negar que Anitta é uma estrategista habilidosa. Ela transformou sua carreira em um empreendimento global, dominando o mercado latino e chegando até o palco do Coachella. Mas, ao mesmo tempo, sua trajetória é marcada por rompimentos, acusações e desconfiança.

Enquanto outras artistas buscam estabilidade e respeito, Anitta parece prosperar no caos. Quanto mais brigas, manchetes e escândalos, mais ela se mantém no centro das atenções.

Essa dinâmica, porém, tem um preço: a perda de credibilidade. Cada nova polêmica reforça a ideia de que a cantora não é confiável, e que por trás da imagem empoderada existe alguém movido por vaidade e necessidade de controle.

6. Entre o sucesso e a solidão

No fim das contas, o sucesso de Anitta é inegável, mas sua reputação é controversa. Ela conquistou o mundo, mas perdeu aliados. Tornou-se símbolo de força feminina, mas também de conflito constante.

A cantora que prega independência e sororidade é a mesma que coleciona brigas e desafetos.

Anitta pode ser uma artista talentosa, mas também é o retrato de como o poder pode transformar relações e expor o pior de quem o detém.

E talvez o maior desafio da cantora daqui para frente não seja conquistar novos mercados, mas reconstruir a confiança e a autenticidade que o público já começa a duvidar que ela ainda tenha. 

Postar um comentário

0 Comentários